Monitores da ONU chegam a local de massacre na Síria

Monitores da ONU chegam a local de massacre na Síria

Entre 78 e 100 pessoas teriam morrido nesta quarta (6) em Mazraat al Qubeir.
Se confirmado, esse terá sido o segundo massacre no país em duas semanas.

Monitores da ONU conseguiram entrar nesta sexta-feira (8) no vilarejo de Mazraat al Qubeir, onde levantamentos afirmam que entre 78 pessoas e 100 morreram em um massacre, disse uma fonte da Organização das Nações Unidas.

Os monitores levaram reforços depois de serem barrados e alvejados na véspera numa tentativa de chegar ao local.

Um membro da missão de observadores da ONU disse que uma segunda equipe partiu de Damasco com destino a Mazraat al Qubeir, onde ativistas da oposição relataram que 78 pessoas --inclusive muitas crianças-- morreram baleadas, esfaqueadas ou queimadas na quarta-feira (6). Outro levantamento, também da oposição, contou 100 mortos.

A ONU mantém cerca de 300 observadores monitorando o ineficaz cessar-fogo que entrou em vigor em 12 de abril na Síria onde há 15 meses o governo de Bashar al Assad reprime com violência uma rebelião que tenta derrubá-lo.

Se confirmado, esse terá sido o segundo massacre na Síria em menos de duas semanas. Os monitores da ONU já visitaram anteriormente a localidade de Houla, onde 108 homens, mulheres e crianças foram mortos supostamente por forças oficiais e milícias governistas em 25 de maio.

O governo sírio condenou as mortes em Houla e Mazraat al-Qubeir, atribuindo-as a "terroristas".

Na quinta-feira (7), monitores da ONU foram barrados em postos de controle militar e por civis que estavam no acesso a Mazraat al Qubeir, cerca de 20 quilômetros a noroeste da cidade de Hama. Um dos observadores disse à Reuters por telefone que os moradores cercaram os carros do grupo e impediram sua passagem, mas que o motivo disso não ficou claro.

Ativistas dizem que tanques do Exército bombardearam Mazraat al Qubeir, e que homens à paisana invadiram a aldeia em seguida, matando mais de metade dos seus 150 moradores e queimando muitos dos cadáveres.

É difícil confirmar os relatos vindos da Síria, por causa de restrições do governo ao trabalho da imprensa.